“Lula é um monstro político”. Assim boa parte dos aliados descreve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, os adversários também o consideram assim. O primeiro lado prefere a versão positiva do apelido “monstro”. Já o segundo utiliza de maneira pejorativa. Acontece que, nessa reta final da campanha eleitoral de 2018, Lula se mostrou um maestro que rege a orquestra política mesmo estando preso desde abril. Além de escolher o sucessor na corrida, Fernando Haddad, o ex-presidente pinçou também o adversário: o deputado Jair Bolsonaro (PSL).
Partindo do pressuposto que Lula é megalomaníaco, algo bem comum na avaliação dos movimentos antilulistas e antipetistas, não é tão absurdo falar que o ex-presidente prefere enfrentar Bolsonaro a qualquer outro candidato que concorre ao Palácio do Planalto em 2018. Tanto que, diante da iminência de Haddad enfrentar o deputado federal do PSL no segundo turno, as “forças progressistas” começaram a dar sinais de que estariam ao lado do petista contra o que eles chamam de “retrocesso” para o país.
As últimas pesquisas divulgadas apontam que o caminho atual é um enfrentamento entre Bolsonaro e Haddad. É a versão atualizada do antipetismo contra o lulismo, que acontece há pelo menos sete eleições. O deputado do PSL representa aquilo que as forças contrárias ao PT sempre desejaram: é virulento, encampa um discurso contra minorias, reclama que a sociedade está chata e se traveste como algo novo. Dificilmente é tudo o que fala. Parece mais um cão raivoso que, ao ser libertado, vai mostrar que é adestrado.
Já Haddad é o antagonista perfeito contra aquilo que as “forças progressistas” tratam de ameaça. Tem um perfil mais conciliador, não pertence à ala radical do PT e flerta mais com o liberalismo econômico do que o próprio Lula em 2002 – tanto que adota uma postura mais flexível com temas econômicos do que a direção petista gostaria. O ex-prefeito de São Paulo é uma versão melhorada e, caso enfrente Bolsonaro no segundo turno, deve conseguir abarcar aqueles que são contrários ao “fascismo” que pintam no candidato do PSL.
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